Litosfera: Tempo Geológico, Camadas da Terra e Formação do Relevo

Entenda a dinâmica da litosfera e o movimentos das placas tectônicas ao redor do globo.

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A superfície terrestre é formada por uma camada sólida denominada crosta terrestre. Essa esfera, se comparada ao interior da Terra, é uma fina camada onde estão as rochas e os solos que sustentam a vegetação e a vida terrestre. A crosta terrestre, ou litosfera, é uma superfície que varia de acordo com a localidade, estando entre cinco e 100 km de profundidade. 

Litosfera 

A litosfera é uma camada composta por rochas e minerais que, em contato com a atmosfera e a hidrosfera, formam e moldam as diferentes formas do relevo, o solo e as paisagens terrestres. Para ser formada, a litosfera precisou de bilhões de anos para adquirir as feições que existem hoje. Ela continua em transformação, sendo que não é possível visualizar tais transformações em poucos anos, exceto quando presenciamos um vulcão em erupção ou terremotos de grande magnitude.

Embora se apresente rígida em sua superfície, a litosfera não é estática e está em constante movimento devido à sua fragmentação em diferentes placas tectônicas, as quais estão constantemente em movimento, formando o relevo e deslocando os continentes. Quando há um choque entre duas placas, a energia liberada pode produzir terremotos, que são os tremores de terra. Se ocorrer no fundo do oceano, a energia liberada não é sentida com o tremor, mas uma onda gigante se forma e se torna perigosa, caso atinja áreas litorâneas. Essas ondas gigantes são conhecidas como tsunamis.

Devastação após a passagem do tsunami – Indonésia (2005)

Saiba Mais!

Em dezembro de 2004, um tsunami atingiu diversos países do oceano Índico, localizados na Ásia e África. O terremoto que ocorreu no fundo oceânico, de acordo com pesquisadores, foi de magnitude elevada, produzindo a onda gigante que devastou várias cidades litorâneas de diversos países, o que ocasionou 226 mil mortes. Foi um dos maiores desastres da natureza conhecido e registrado pelo homem. Além das mortes, cerca 1,8 milhões de pessoas ficaram desabrigadas, e o país mais atingido e devastado foi a Indonésia, com 37 mil mortes.

A Deriva Continental

Há cerca de 240 milhões de anos atrás, a litosfera estava consolidada e formava um único grande continente na Terra, chamado de Pangeia. Com o passar de algumas dezenas de milhões de anos, esse único continente começou a se dividir, fragmentando-se em dois continentes, a Laurásia e a Gondwana. 

Passadas mais algumas dezenas de milhões de anos, Laurásia e Gondwana continuaram a fragmentação de sua superfície até chegar à formação continental que existe atualmente em nosso planeta, com os continentes da América (do Norte, Central e do Sul), Europa, Ásia, África, Oceania e Antártida.

Processo de fragmentação da Pangeia

Essa teoria foi elaborada por Alfred Wegener, cientista alemão, no início do século XX. A cada ano, essa teoria vem sendo confirmada por especialistas que encontram vestígios e fósseis de animais extintos há milhares ou milhões de anos em diferentes continentes. Além disso, os recortes litorâneos dos continentes, como o do Brasil e do continente africano, se encaixam como se fossem duas peças de um quebra-cabeça.

As Placas Tectônicas

As placas tectônicas são o substrato da superfície terrestre. Elas são parte intermediária entre a superfície e as demais camadas do interior do nosso planeta. Tais placas flutuam sobre o manto terrestre, o que explicaria a dança dos continentes relacionada à teoria da deriva continental.


Podemos observar, pela figura, como o planeta Terra é recortado pelas placas tectônicas. As áreas de encontro das placas produzem o choque ou o afastamento delas. Quando há um choque, as placas fazem o relevo soerguer, formando cadeias montanhosas, ao passo que, no momento em que elas se afastam, há o afastamento dos continentes (quando estão no oceano) ou as aberturas na superfície (quando estão no continente).


A dorsal meso-oceânica é um exemplo de placas divergentes, isto é, que se afastam. Com isso, promove-se o afastamento da América do Sul com o continente africano. Ela está localizada no meio do oceano Atlântico, entre os dois continentes.

1 - Falha de Santo André (San Andreas), nos EUA
2 - Cordilheira dos Andes (América do Sul) – Encontro de placas tectônicas

Um exemplo de placas convergentes (que se chocam) são aquelas presentes nos relevos denominados dobramentos modernos (ou cadeias montanhosas), como as Cordilheiras dos Andes (América do Sul) e o Himalaia (Ásia). 

Por último existem placas transformantes, que não se chocam e nem se afastam, mas há o atrito entre uma e outra. O resultado é uma falha no relevo.

Tempo Geológico

A idade da Terra, como vimos, é bem antiga, e a superfície terrestre e suas diversas paisagens levaram de milhões a bilhões de anos para se formarem. Para compreender melhor os diferentes momentos dessa formação, criou-se o tempo geológico, instrumento que permite entender as diferentes eras e períodos da Terra. Ele possibilita, também, visualizar épocas de surgimento e extinção de algumas espécies, como os dinossauros.

O homem surgiu no último período da última era, na qual ainda estamos vivendo. Há cerca de 10 mil anos atrás apareceu a figura dos humanos como conhecemos hoje, mesmo sem o mesmo conhecimento que possuímos. Nessa última era (Quaternária), nós, humanos, ampliamos nossa busca por conhecer os demais territórios existentes no mundo, povoando os continentes. 

Você Sabia?

O planeta Terra possui aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Cada época, para compreender a litosfera, foi fragmentada em diferentes tempos. Assim, temos o que chamamos de tempo geológico, que se refere ao período de formação da terra e de sua superfície.

 

Escala do Tempo Geológico, com indicação de alguns eventos importantes na evolução da vida
(modif. de Tarbuck & Lutgens 1996 e Gradstein et al. 2004)

Camadas da Terra

Além da crosta terrestre, camada da litosfera, a Terra apresenta uma série de camadas internas, ainda pouco conhecidas devido às dificuldades de se estudar o seu interior. As grandes profundidades dificultam a obtenção de resultados mais precisos, utilizando-se, dessa forma, de meios indiretos para compreender o interior do nosso planeta.

O centro da Terra está a aproximadamente 6.400 km de distância da superfície. Para se ter uma ideia, a maior distância perfurada foi de 13 km. Esse valor é quase insignificante, se comparado ao raio da Terra.

Quanto mais próximo do núcleo, mais elevadas são as temperaturas. Além disso, o manto é uma camada pastosa onde o magma movimenta as placas tectônicas. Quando esse magma extravasa por meio dos vulcões, damos o nome de lava.

Camadas da Terra

Formação do Relevo

O relevo é formado por agentes internos e externos. Atuando em conjunto, esses agentes formam e moldam os diversos tipos de relevo que possuímos no planeta Terra. Os agentes internos, também chamados de endógenos, são as forças interiores da Terra, e os externos são as dinâmicas da hidrosfera e atmosfera atuando sobre a superfície.

Agentes Internos (endógenos)

Os agentes internos atuam com a movimentação do magma, como vimos anteriormente, sendo expelidos por vulcões ou resfriando próximos à superfície terrestre, soerguendo o relevo. Vale ressaltar que as placas tectônicas atuam como forças endógenas de formação e transformação do relevo. 

Relevo formado pelo resfriamento do magma extravasado

Agentes Externos

Os agentes externos de formação do relevo atuam no processo chamado de intemperismo, o qual está relacionado à ação do ar, da variação de temperatura e da água (em todos os estados). O intemperismo atua na desintegração das rochas, causando a erosão dos fragmentos desintegrados (sedimentos); o transporte é feito tanto pelo vento, quanto pela água das chuvas ou rios; e os lugares que recebem os sedimentos se acumulam, sendo que, com o passar dos anos (milhares de anos), eles se compactam e formam novas rochas, ou seja, um novo tipo de formação do relevo.

Erosão Fluvial

Erosão causada pela ação da água dos rios a partir da fragmentação e do transporte dos sedimentos que se depositam ao longo do rio.

Grand Canyon, nos EUA – Relevo que sofreu bastante ação do intemperismo e da erosão fluvial

Erosão Glacial

Erosão causada pelo deslizamento de gelo nas regiões polares e em montanhas. As geleiras, ao longo dos anos, escavam as rochas sobre as quais estão assentadas.

Erosão Pluvial

Erosão causada pela ação das chuvas, atuando na degradação das rochas e no transporte dos sedimentos num processo semelhante à erosão fluvial.

Erosão Eólica

Erosão causada pela ação dos ventos, mas que, sozinha, não consegue fragmentar as rochas. Em conjunto com outras formas de erosão, é responsável pelo movimento dos sedimentos fragmentados.

Erosão Marinha

Erosão causada pela força das águas dos mares e oceanos, modificando o relevo litorâneo. O choque das paredes rochosas com a força das águas marítimas fragmenta o relevo e permite o carregamento de sedimentos.

 

Tipos de Relevos

Se observarmos uma imagem da Terra vista do espaço, veremos que o planeta possui uma forma esférica aparentemente homogênea. Entretanto, daqui da superfície terrestre ou de imagens mais próximas, constatamos que o nosso planeta é irregular, apresentando diferentes feições em seu relevo. 

Existem, basicamente, quatro tipos de relevo:

  • Montanhas: relevos de altitude elevada, apresentando picos e cumes. Um conjunto de montanhas forma uma cordilheira, como os Andes ou o Himalaia.
  • Planaltos: relevos cujas superfícies são irregulares e onde a erosão é mais atuante. As formas de relevo denominadas planalto apresentam-se como chapadas, morros ou serras. 
  • Planícies: relevos mais planos, com poucos desníveis perceptíveis. Em geral, são áreas de uma antiga sedimentação. No Brasil, as planícies mais conhecidas são as fluviais das bacias hidrográficas da Amazônia.
  • Depressões: relevos de altitude mais baixa que os aqueles que a circundam. As depressões são classificadas em absolutas ou relativas. Quando estão abaixo do nível do mar, são absolutas; quando estão em níveis menores apenas que o relevo circundante, mas acima do nível do mar, são depressões relativas.

Atenção!

A erosão é um fator natural de formação do relevo. Entretanto, as atividades humanas aceleram algumas formas de erosão, causando acidentes ambientais graves e de difícil recuperação.

 

Em Resumo

A litosfera é uma importante camada da Terra. Apresenta-se como uma camada complexa, pois vem sendo formada há milhões de anos, sendo que muitas teorias existem para tentar explicar sua formação e composição. Essa camada é responsável por apresentar as feições terrestres que conhecemos e varia muito de um lugar a outro, de continente para continente. A priori, a superfície parece estar estática, imóvel, entretanto, aprendemos que o tempo de formação da litosfera demanda milhares ou milhões de anos; logo, é impossível percebermos alguma alteração no tempo de uma vida humana, exceto em casos de terremotos ou erupções vulcânicas.



Para saber mais:

O que é Litosfera, Hidrosfera e Atmosfera?






Fonte: http://www.universiaenem.com.br/sistema/faces/pagina/publica/conteudo/texto-html.xhtml?redirect=74254458230648756995183038496


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